Já no próximo dia 1 de Setembro não poderemos passar o cartão nas caixas do Pingo Doce. Soube-se ontem que o Pingo Doce não irá aceitar pagamentos com cartão de crédito ou débito, caso o valor das compras sejam inferiores €20.
Muito se tem falado sobre o assunto e presumo que o falatório continuará, tal como aconteceu quando a Jerónimo Martins SGPS comunicou que a Sociedade Francisco Manuel dos Santos vendeu os 56,1% que detinha na Jerónimo Martins SGPS, dona do Pingo Doce, a uma sociedade sua subsidiária na Holanda.
A meu ver, e se nada na legislação determinar o contrário, este é um falso problema que se está a levantar e, literalmente, não vale a pena passar-lhes cartão.
Esquecendo as hipotéticas razões que levaram o Grupo Jerónimo Martins a tomar esta decisão:
- cobrança de elevadas comissãos bancárias nos pagamentos com dinheiro de plástico;
- forma de compensar o prejuízo que tiveram com a famosa promoção do dia 1 de Maio;
- outra razão.
O facto é que, embora pouco cómoda para nós consumidores, é uma decisão, até ver, legal.
Independentemente do Pingo Doce ser classificado como loja de bairo/proximidade, supermercado ou hipermercado, o facto é que a maioria das pessoas aproveitam a proximidade das lojas para fazerem as suas compras semanais, ou até mesmo mensais.
Custa-me a acreditar que uma pessoa gaste apenas €20 nas suas compras semanais. Estaríamos a falar de um gasto médio diário na ordem dos €4, sensivelmente. Infelizmente e ao preço a que os produtos e serviços estão, não creio que tal seja viável.
Por outro lado, se os consumidores utilizarem esta cadeia de "mercearias" diariamente, com certeza não fá-lo-ão para fazerem compras de elevado valor. E agora com esta política de preço adoptada pelo Pingo Doce, até poderá ser uma vantagem para os consumidores, pois a compra será mais racional.
A meu ver acho que se utilizarmos esta cadeia de lojas para fazermos as nossas compras diárias ou mensais, parece-me que o problema não se coloca e continuamos a passar cartão normalmente. Já no caso das compras serem feitas diariamente pode haver vantagens para o consumidor se os mesmos forem racionais e não passarem cartão ao que vai sendo divulgado pela comunicação social.