quinta-feira, 18 de abril de 2013

Empresas, Empreendedorismo e a Actual Notoriedade do Diogo Morgado

O Que Sei sobre o Diogo Morgado

O caso, ou melhor o repentino fenómeno de notoriedade e de viralidade que se tornou a participação do actor português Diogo Morgado em "The Bible" é algo paradigmático com o empreendedorismo que tanto se fala em Portugal.

Sinceramente, não acompanho a carreira artística do Diogo Morgado, mas sei que na televisão assumiu o papel principal no primeiro telefilme da SIC - Amo-te Teresa. E, uma coisa é certa: se serviu para interpretar o papel de Jesus Cristo na série histórica "The Bible", produzida no EUA, comprova que é um actor de valor.

Diogo Morgado e a Mentalidade Tuga

Tenho pena que as empresas (e falo na generalidade das empresas e na generalidade dos sectores) só acreditem nas pessoas e e nos potenciais colaboradores, quando estes dão provas no estrangeiro. Infelizmente esta é uma mentalidade muito mesquinha do povo português. Sempre o foi. Quantos de nós não ouvimos dizer que se vem de fora é bom. O Governo Português até sentiu a necessidade de chamar a os elementos da Troika para governar o país, porque (julgavam ou julgávamos) que não tinham competência para gerir o nosso País.

Que eu saiba, nos últimos anos o Diogo Morgado assumiu papéis de actor principal na "Vingança" (2007) e protagonizou a mini-série "A Vida Privada de Salazar"(2009). Irá agora, 2013 e após ter sido bem sucedido na série "The Bible", um papel (não sei se principal) na telenovela da noite da SIC.

Agora, por motivos de crise económico-financeira, é que apregoam (e apregoamos em uníssono) que aquilo que é português é que é bom. E eu acredito que possamos fazer coisas maravilhosas e boas, mas condições para que isso aconteça não existem. não nos proporcionam.

Diogo Morgado e as Empresas

E é esta mentalidade portuguesa que se alastra às empresas portuguesas e a algumas multinacionais que não vejo maneira de ser mudada. À excepção de cunhas e caciques, primeiro que consigamos entrar numa empresa é preciso:

  1. As empresas publicarem anúncios de emprego reais;
  2. Passar a 1ª entrevista;
  3. Passar os testes psicotécnicos;
  4. Passar a 2ª entrevista;
  5. Passar não sei mais o quê.

E às vezes estamos apenas a concorrer para uma simples vaga de técnico administrativo.

Mas aquilo que o Diogo Morgado fez (por ele ou a convite, não sei), foi aquilo que todos nós fomos aconselhados a fazer: emigar. Porém teve a sorte (e trabalho?) de recber um convite para regressar e quis regressar. Agora, todos nós que fomos convidados a emigrar, duvido que se arranjarmos algo melhor pelo estrangeiro (que segundo a emntalidade tuga é sempre melhor. Se bem que nesta altura e em termos de emprego, sê-lo-á mesmo!) duvido que queiram regressar a um país que os maltrata.

Diogo Morgado e o Empreendedorismo

Mas o que tem tudo isto a ver com empreendedorismo? Tem tudo a ver com empreendedorismo. A começar pela razão que leva as empresas a terem a mentalidade mesquinha de contratar sangue novo que possa trazer coisas novas às empresas, mesmo trabalhando com quadros mais experientes da empresa. Ou seja, são as próprias empresas que não são empreendedoras no simples acto de contratarem pessoal novo.

Ora se as empresas não são empreendedoras neste simples ponto de contratar pessoal, porque haveremos de seguir um dos conselhos do nosso Governo? Concordo que empreender é necessário (com dor ou sem dor), mas empreender a sério, e não brincar ao empreendedorismo em que para se conseguir singrar temos de ter o amigo W na posição X, ou ir para a cama com o fornecedor/cliente Y praticar a posição Z. Mais, como está provado, ou pelo menos afirmado por portugueses que trabalham em Silicon Valley o empreendedorismo (a sério) só pode ser feito se houver crença e patrocínio das empresas, dos investidores. Ou seja, se o país acreditar em nós. Isto já para não falar no ambiente que tem de existir ao redor de um projecto de empreendedorismo. algo que neste momento não existe na sua plenitude.

O Diogo Morgado sempre foi um bom actor, mas teve de demonstrá-lo mais uma vez (e sabe-se lá se foi de uma vez por todas) teve de empreender e fora de Portugal. Teve de emigrar para os Estados Unidos da América.

Portanto, acreditem em nós jovens. Acreditem que temos formação, que temos ideias, que queremos trabalhar, que queremos ajudar as empresas e não nos mandem camufladamente à merda, que é o mesmo que nos mandarem ser empreendedores. Porque para isso é preciso o que já disse acima e, talvez algo mais.

Com tecnologia do Blogger.

Procura

Swedish Greys - a WordPress theme from Nordic Themepark. Converted by LiteThemes.com.