segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Ciclo Vicioso de Oportunidades

Acredito que as pessoas do nosso país estejam dispostas a deslocarem-se, com o objectivo de agarrar uma nova oportunidade profissional, para outra cidade, ou até mesmo para outro distrito.

Calculo que não seja objectivo das pessoas, mas neste momento não se importarão de mudar de cidade ou de distrito para conseguirem um novo desafio profissional.

Não se importarão, se bem que será frustrante, iniciarem um novo desafio profissional noutra área que não a delas.

Mas não basta não se importarem, é preciso que a outra parte - Empresa - também não se importe. Que não se importe em remunerá-las por forma a que seja economicamente viável a sua deslocação para outra cidade.

Mas a realidade é que com esta política salarial que o Governo insiste em adoptar, sob o lema e o compromisso mentiroso de aumentar a competitividade de Portugal, não faz com que seja possível uma mobilidade geográfica das pessoas. Pelo contrário, esta política vai provocar um efeito contaminador ao sector privado (que já se verifica), em que as empresas deste sector vão querer pagar o menos possível pelo trabalho de um colaborador. E isto é tanto verdade quer estejamos a falar de empresas ditas grandes e reconhecidas, estejamos a falar de um bom um de um mau colaborador.

Criaram um ciclo vicioso que deixa as pessoas de pés e mãos atadas porque têm dificuldade em encontrar trabalho. Sujeitam-se a mudar de cidade, mas dão de caras com um mísero salário que não lhes permite mudar de cidade.

As Empresas lucrarão cada vez mais com esta situação, pois pagam salários baixíssimos, por vezes até por "baixo da mesa", fugindo aos impostos e utilizarão esse dinheiro que poupam em benefício próprio e dos seus accionistas, nunca da Empresa e dos colaboradores mais antigos.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Poetas da Internet

Já diz o ditado: quem não sabe é como quem não vê". E não há melhor forma de caracterizar o que se passa em algumas empresas que julgam saber o que é a gestão de comunidades no Facebook.

Não sou nenhum mestre e muito menos guru (nem pretendo ser) na área do social media. Sou um mero Digital Marketeer, e estudei (e continuo a estudar) para saber o suficiente para desarmar o meu interlocutor, ainda para mais quando a formação desse interlocutor não é na área do Marketing, nem nada que se pareça.

Gostava de perceber como é que um Jornalista pode ser melhor do que um Marketeer (Digital Marketeer) na gestão de uma comunidade no Facebook. A justificação que o meu interlocutor me deu foi que a sua capacidade de escrita é melhor do que a de um Marketeer.

Com esta justificação dá para perceber que:

  • a afirmação não é totalmente correcta;
  • a pessoa em causa nada percebe de gestão de comunidades no Facebook

A afirmação não é cabalmente correcta, porque um Marketeer pode ser um copy. Sendo um copy tem obrigatoriamente de ter criatividade e poder de síntese na sua escrita. Isto para não falar nas inúmeras ferramentas que todos nós podemos utilizar para dar aprimorar a nossa escrita.

A pessoa não percebe nada de gestão de comunidades no Facebook, porque a gestão de comunidades no Facebook não requer que sejamos grandes eruditos em escrita, nem que sejamos descendentes de Luís Vaz de Camões. A gestão de comunidades no Facebook não se baseia na escrita a metro, aliás é precisamente o contrário. Mas mais importante do que saber escrever (que também o é), fundamental é que a pessoa e/ou a equipa que gere essa comunidade consiga antecipar uma crise. Ou se não a conseguir antecipar, que consiga pelo menos controlá-la sem grandes danos na reputação on-line da marca. Isto é o princípio básico da gestão de comunidades no Facebook.

Portanto o grupo de comunicação social estrangeiro tem de se decidir: ou quer um poeta de internet ou quer um gestor de comunidade do seu Facebook. Se quiser um poeta de internet, está com toda a razão ao afirmar que prefere jornalistas a marketeers. Mais, eu até aconselharia a contratarem um linguista ou alguém da área das línguas; Português e outra variante. De certeza que cumpriria melhor com os objectivos e com as ideias de gestão de comunidades de Facebook que o Grupo tem, do que um mero Digital Marketeer.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

DIG DIG - Digging for Cultura in a Crash Economy

Este fim de semana fui até à Rua da Boavista (Santos) à inauguração de uma exposição em que os artistas foram convidados a testemunhar através da sua arte o momento de crise económico-financeira e de valores que Portugal e os portugueses atravessam.

Embora goste de arte, não sou propriamente um connoisseur e, portanto não consegui ver arte em todas as peças expostas.

Não pretendo com este post criticar o que quer que seja, até porque cada um de nós vê e sente a crise de formas diferentes. Acima de tudo, julgo que o importante é participarmos neste processo metamórfico que a nossa democracia está a passar (e tem de passar) seja através da cultura ou de outra forma, o imoprtante é criticarmos, participarmos e construirmos.

No meio de vários artistas surgiu um de seu nome Rodolfo Bispo que recorrendo a elementos básicos do nosso quotidiano, conseguiu passar a mensagem do Portugal actual, dos governantes que temos e daquilo que poderá ser o futuro se continuarmos neste marasmo desolador em que apenas a austeridade e o desemprego aumentam.

Para mim, a exposição de Rodolfo Bispo cumpre na essência aquilo que foi proposto pela organização e que foi o mote para titular a exposição.

Através de elementos asfixiantes (sacos) o artista consegue traduzir cabalmente o momento actual em que vivemos. A dicotomia entre texto e bustos traçados a tinta da china (mensagem ulterior) traduzem muitas das nossas expressões faciais e muitas das nossas vidas neste período de recessão abrupta. Por outro lado o conteúdo textual é muito ácido e irónico, mas sempre pincelado com boas notas de humor. Recomendo.

[Fonte: Santo António]

Com tecnologia do Blogger.

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