O que falta a Portugal há mais de 30 anos é uma estratégia.
Na época das chamadas "vacas gordas" o dinheiro que nos era enviado de Bruxelas era canalizado para formações, destruição de frota pesqueira, destruição de olivais e construção massiva de auto-estradas, entre outras tantas decisões erradas que se tomaram por não terem sido decisões tomadas assentes numa estratégia.Na época das "vacas magras" (actual situação) o discurso que se ouve repetidamente é que Portugal deve olhar para o mar e para a agricultura. Se hoje se faz o elogio do mar e da agricultura, porque há 30 anos se destruiu a frota pesqueira e os olivais? A resposta é simples: não houve estratégia.
Por outro lado, são implementadas cegamente instruções que nos são impostas por Berlim (não há espírito crítico e estratégico para as refutar) que no curto e longo prazo irão empobrecer o país e as populações. Tudo isto em nome do cumprimento do défice externo.
Estes dois factores (o primeiro por si só seria suficiente) provam que quem está (e quem esteve) à frente dos destinos deste país nunca pensou no longo prazo, nunca pensou em estratégia.Termos uma economia ao serviço do défice externo e não o défice externo ao serviço da economia, prova que não há estratégia.
Não há capacidade nem para traçar objectivos, nem para delinear planos. Resumindo, não há capacidade para pensar estrategicamente o país e traçar de início e em conjunto uma estratégia que nos torne diferenciáveis de quem também tem mar e terra e outros recursos e mais valias.